quarta-feira, 20 de abril de 2022

Quem faz a fama, deita na ca(â)ma(ra)? Um breve momento na Gaiola das Loucas!

 Algo vai muito mal quando juízes e policiais protagonizam política, e pior ainda, quando são políticos que os chamam para tal tarefa...


Não que magistrados, e todo o resto da burocracia estatal de todos os poderes, ocupantes de cargos chamados estáveis (acesso por concurso), não se guiem por motivações de âmbito político, nada disso, é justamente o contrário...


Porém, os limites destas ações políticas por agentes públicos, nem sempre visíveis, se medem (muito mais) pelo desconforto quando são ultrapassados...


É o caso da cidade de Campos dos Goytacazes, que bem pode ser comparada a versão para a telona de Gaiola das Loucas, quando todas as aparências enganam e ninguém é o que diz ser...


Antes que os homofóbicos urrem, a alusão é uma metáfora ao roteiro do filme protagonizado por Robin Williams, Nathan Lane, Gene Hackman, e os não menos formidáveis Hank Azaria e Dianne Wiest...


No filme, um casal de jovens resolve anunciar o casamento, sendo que o rapaz é filho de um casal de homens...


A partir daí se desenrola a trama, onde um dos pais se veste de mulher para satisfazer o conservadorismo homofóbico dos pais da moça, com enfoque no pai da moça, um senador republicando ultra conservador, mas acossado por um escândalo, e vê no casamento da filha uma chance de distrair a atenção dos eleitores...


Mais ou menos como a tragicomédia da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes...


Explico...


Assim como o pai que se veste de mulher para agradar os pais da noiva, o presidente da Câmara de Campos dos Goytacazes tenta aparentar o que não é...


Não é um hábil político, não é um experiente gestor, e seu único talento é representar...ou seja, para agradar os "pais da noiva", seus chefes políticos (leia-se a família Garotinho) ele é capaz de tudo, menos de ser ele mesmo, e fica a pergunta: quem será ele mesmo?


Poderá ele sair desta confusão com algum capital político?

Sim, mas a que preço?


Por outro lado, o prefeito e seu grupo político bem que poderiam estar representados no pai conservador da moça, buscando a qualquer preço uma notícia que afaste os olhares sobre si mesmos...


Os teóricos da conspiração compartilham essa noção veiculada acima, e dizem que tudo não passa de jogo de cena movido pelo atual prefeito, para distrair a atenção para algumas questões graves:


1- Seu governo é um rotundo fracasso, em qualquer direção que se olhe, basta dizer que a Secretaria de Educação ficou com escolas quase dois anos fechadas, e teve todo tempo para planejar a volta às aulas, e sequer colocou comida decente nos pratos dos petizes...que dirá o resto...


2- O movimento de desgaste e abandono do governo pelos antigos vereadores aliados é fruto do rompimento dos acordos de campanha, e por isso, o prefeito resolveu jogar no tudo ou nada, e se perdesse, como bom "garoto mimado", resolveu levar a bola do jogo embaixo do braço...


3- A "jogada antecipada" ou no jargão futebolístico, a "paradinha" para bater o pênalti, ou seja, a eleição da Mesa Diretora e para Presidência da Casa de Leis, teria sido uma tentativa desesperada de recuperar um controle que se esvaía pelas mãos, mas faltou antes "combinar com os russos"...


Estas hipóteses acima não se excluem...

Esta tática não é inédita...


O mentor e inspirador político do prefeito de Campos dos Goytacazes, o Presidente da República utiliza os mesmos esquemas, impulsionado por cliques e engajamentos...


Voltando à nossa metáfora cinéfila, há na Casa de Leis todo tipo de personagem, desde o mordomo do casal gay que se equilibra nas suas poucas habilidades culinárias para agradar o gosto refinado dos convivas, a mídia ensandecida e moralista, tudo ambientado em um clube noturno onde tudo é possível e permitido...

Como combustível elementar, a boa e velha hipocrisia, seja no senador ultra republicano (Hackman), seja entre o casal gay, que afinal, cede à homofobia do filho e deles mesmos, quando aceitam fingir serem um casal hétero...


A verdade, senhoras e senhores, é que o atual estágio (in)civilizatório parece ter diluído, ou melhor dizendo, dissolvido qualquer laço entre os sistemas representativos e a realidade (seja lá o que "realidade" signifique hoje em dia)...


Não há decoro, mesmo que capenga...Não há vergonha, mesmo que alheia...Não há senso de responsabilidade ou espírito público, mesmo que encenado...

Afinal, este é um bom (mau) final para esta cidade desgraçada...dominada por herdeiros, escravocratas, parasitas autoproclamados de "produtivos", setores médios abaixo da média, enfim...é o que merecem...eles que se merecem...






Quem faz a fama, deita na ca(â)ma(ra)? Um breve momento na Gaiola das Loucas!

  Algo vai muito mal quando juízes e policiais protagonizam política, e pior ainda, quando são políticos que os chamam para tal tarefa... Nã...