segunda-feira, 23 de novembro de 2020

O Paraná: a cloaca do universo.

Perdoem-me os bons cidadãos deste estado paulista genérico, que como o "original" mantém em seu ethos a mesma sanha separatista, junto com a noção de que são o que de melhor existe no país.

Boa parte deste mito foi construído a partir de uma visão urbanística higienista de sua capital, Curitiba, a partir dos anos 90, edulcorada como um exemplo de "civilidade".

O Paraná há tempos se destaca como o esgoto do universo, reunindo ali uma rara mistura de hipocrisias morais, álvaros dias, doleiros e moros, onde se refestelaram os tucanos paulistas de alta plumagem nas suas diatribes, desde o Banestado até a recente "indústria da lava jato", que resultou em capitais de toda ordem, sejam políticos, sejam os de natureza pecuniária, propriamente ditos.


Não poderia ter nome diferente o nome do principal protagonista atual do mundo obscuro dos bordeis estatísticos, os institutos de pesquisa.

Paraná!

Os tolos seguem debatendo, e os cínicos provocam o debate (falso) sobre a credibilidade dos números, ou a capacidade de erro ou acerto deste ou daquele instituto de pesquisa.

Ora, não se trata disso.

Realmente, não se pode debater com variações estatísticas, com a matemática, não até sabermos quais são os parâmetros computados, e como se decompõem estes dados.

Piada antiga:

Em uma sala estão Bill Gates, George Soros e este escriba que vos fala.

Dividindo a renda do grupo por três teremos um números espantoso de riqueza per capita, mas isso nem de longe me fará rico na mesma proporção dos outros dois!

Explicar piada é pior que a piada em si (quando ela é ruim), mas o fato é que o viés estatístico pode trazer falsas conclusões, principalmente se este viés estiver em busca destas contatações (falas).

O problema de toda ciência é antes de mais nada a sua pretensa neutralidade, que é vendida como argumento para conferir mais legitimidade aos resultados que encontra.

 Nada mais falso, ou criminoso, e seria muito mais inteligente aos cientistas revelarem antes seus propósitos, a fim de situarem no campo correto os seus interesses.

Ora, um grupo farmacêutico que tem por missão pesquisar a cura ou a vacina de alguma doença não o faz por caridade ou senso de dever, mas pela grana que espera de retorno com as patentes.

Saber disto nos torna mais capazes de regular os resultados, de fiscalizar os processos e de tentarmos, ao menos tentarmos impor algum interesse público ou coletivo.

Há muito tempo se discute o efeito dos chamados institutos de pesquisas nas eleições.

Não há uma pessoa séria neste país que os defenda como algo positivo para o amadurecimento dos sistemas representativos, e que tenham trazido algo de bom para os processos eleitorais.

O problema é que a polêmica sempre está lo local errado, como já provamos acima: não adianta apenas impugnar os dados e resultados, a não ser que você detenha o conhecimento para tanto.

Se faz necessário antes explicitar novamente que a questão é anterior:

A quem interessam o funcionamento destes institutos, a divulgação de resultados como se fossem "verdades inquestionáveis", qual tem sido o grau de erro e acertos destas pesquisas, e enfim, quem se favoreceu de tais "erros"?

Os institutos de pesquisa "erram" mais quando se trata dos candidatos de esquerda ou da direita? 

A percepção de que há algo errado não é teoria conspiratória.

Tanto é verdade que foram criadas normas específicas para tais atividades, com a ilusão de que haveria alguma forma de regulação destes sistemas de manipulação do humor do eleitorado.

Agora esta ilusão se estende aos mecanismos recentes, ainda pouco estudados, que são os robôs e algoritmos que trabalham para as plataformas digitais (redes sociais).

Nenhum destes sistemas, assim como a própria mídia comercial, existe para esclarecer ou tornar mais transparente os processos de escolha de mandatários.

Não existem para ajudar a "opinião pública" (considerando todo o erro conceitual deste termo), mas formar uma opinião publicada e publicável.

São instrumentos de distorção para criação de consensos direcionados, como nas relações de consumo, e não por outro motivo nascem nos mesmos estamentos de propaganda e marketing.

É completa tolice discutirmos esta ou aquela pesquisa, porque em sua essência, apesar de dizerem que desejam dar ao eleitor uma noção daquele momento, e das preferências deste eleitorado, os grupos de pesquisa servem a tarefa de criar uma "realidade auto-realizável", ou uma profecia que será confirmada pela manipulação.

Este expediente também é comum na estatística financeira, nas "análises" dos "jornalistas econômicos" e das redes de agências de avaliação de risco.

Parece que o Instituto Paraná se aventurou a um chute lá do meio do campo, ao propor uma inversão algo próxima de 40 pontos percentuais, se consideramos a queda do vencedor do primeiro turno, e o avanço do segundo colocado, em termos históricos inéditos.

Por tais indícios, não podemos desconsiderar que estes mecanismos estatísticos estão a serviço de um propósito específico, que não sabemos qual é, mas deveria merecer escrutínio da mídia, como disse aqui o Professor Marcos Pedlowski.

Cabe a pergunta, emprestando-a do honorável Professor Pedlowski:

Por que se arriscou tanto o pessoal do Paraná?

Sabem eles de algo que não sabemos?

É possível tamanha mobilidade nos números?

Se é possível, onde estão os dados qualificativos desta verdadeira "revolução eleitoral"?

Encerrando, fica a última e crucial questão:

Não seria melhor atender aos paranaenses, e emancipar este Estado da nossa Federação, junto RS, SC e  com SP?

Tenho uma séria intuição de que se fosse feita uma pesquisa histórica encontraríamos nestes Estados muito mais motivos (históricos, econômicos, sociais, etc) para desintegrá-los que mantê-los unidos ao nosso país.

 

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