quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

De como são feitas as bananas, as salsichas e a democracia estadunidense!

 


Frisson geral na grande mídia corporativa e seus filhotes regionais e locais.

O sacrossanto lar da democracia foi conspurcado por um bando de lunáticos, instigados pelo seu líder, que reage e resiste a entregar o governo conforme as regras conhecidas.

OEA em cólicas, Globo News consternada, ex-embaixadores, analistas e toda sorte de neófitos de plantão.

Saldo da contenda: 4 mortos.

O que será de nós agora?

Quem irá nos salvar de nós mesmos, aborígenes das republiquetas de bananas, como disse o Bill "Pinton", o assediador do Arkansas, ao nivelar o episódio com outros da geopolítica latina?

Nós, os incapazes de existirmos que somos, sem a tutela dos Patróns del Norte ?

É o fim, senhores, parece o fim. Será?

Bem, vamos com calma e aos pedaços, como disse Jack, O Estripador.

Primeiro parece muito estranho que o Capitólio estivesse vulnerável à invasões, quase que como  um convite, sabendo as autoridades de lá que a horda de "red necks" enchia as ruas da cidade, alimentados pelo ódio, e carregando as tochas do fogo insano das plataformas digitais.

Os caras são capazes (e se dizem capazes) de investigar e monitorar o movimento, o cheiro, consistência, amplitude e duração de um peido comunista em Marte, mas não conseguiram prever o risco do que estava para acontecer, e aconteceu?

Deixemos as conspirações de lado. Elas podem ser verdadeiras.

Eis que o "berço da Democracia Ocidental", "Os Campeões Morais do Mundo", enfim, a matriz de toda subserviência estrutural e ideológica, que está no DNA de nossas elites, nossa classe média e da mídia, está, afinal, em palpos de aranha com as suas disputas representativas.

Perguntam todos estes órfãos dos EUA se os Republicanos conseguirão se reerguer, se o sistema de lá resistirá a tal solavanco, se os Democratas serão capazes de lidar com a frágil hegemonia recém conquistada nas urnas?

Esta posição majoritária no Congresso foi confirmada com as eleições para as vagas no Senado no Estado da Geórgia, o novo "queridinho" da "Primavera Democrática Black Lives Matters", que mostra que, no fim das contas, há esperança.

Pausa para risos: (risos).

É hora da necropsia na hipocrisia:

Os EUA, desde 1776, nunca foram o que se pode considerar um sistema representativo universal, já que o voto era direito submetido às condições censitárias, e depois, com o passar do tempo, muiiiiiiiiiiiiiito tempo, até 1968, negros foram sistematicamente impedidos de votar, ao mesmo tempo que eram pendurados pelos pescoços, cujos corpos carbonizados e espancados funcionavam como macabros adornos da sociabilidade sulista.


Esta celebrada "democracia" matou 600 mil pessoas em uma guerra fratricida de 5 anos, só porque um presidente ELEITO (Abraham Lincoln) achou de exercer seu mandato e libertar os escravos.

Detalhe, esta Democracia, após a derrota do Sul, matou este presidente, e inaugurou esta estranha "mania democrática" deles de praticar tiro ao alvo presidencial.

Recentemente, após anos e anos de luta contra as medidas para dificultar o voto naquela Democracia, o "Supremo com tudo" deles voltou a liberar as leis estaduais que permitem tais alterações (gerrymandering), que no fim é um tipo de voto de cabresto um pouco mais sofisticado, algo como uma Banana Sundae.

Nossos bananinhas choram o fim do American Dream, mas não sabem dizer porque todas as vezes que governos progressistas ou de esquerda chegaram aos governos através de eleições, tudo no figurino dos EUA, mesmo assim esse Grande Irmão do Norte achou que deveria patrocinar golpes truculentos e sanguinários, que atualmente ganharam um pouco mais de "civilidade" chamada lawfare.

Precisamos mencionar também que esta "mais antiga democracia do planeta" elegeu um presidente (Bush Jr) pela fraude eleitoral perpetrada pelo seu irmão Governador da Flórida, lá nos anos 2000.

A partir daí, o Darth Veider, como era chamado o Dick Cheney e sua quadrilha, assaltou o poder, instituiu vigilância completa pela NSA, com o uso do Programa PRISM, denunciado pelo seu criador Edward Snoden, que passou a espionar dentro e fora dos EUA.

Esta ferramenta foi usada até pelo bom Pai Tomás Obama contra Dilma e a Petrobrás.

Eu sei, eu sei, 11 de setembro foi um trauma para todos os bananinhas ao Sul do Rio Bravo, e para o Grande Sul dos EUA, que vai do Maine até a Califórnia, embora os sociólogos (argh) insistam em dizer que o sulismo é coisa de Alabama, Lousiana, ou Texas.

Sim, um grande trauma que a tudo justifica, certo?

Nem tanto.

Hoje morrem por lá, vítimas da execução sanitária programada capitalista de excedente de pobres, diariamente, um 11 de setembro.

Aqui, modestos que somos, matamos uns três aviões, ou algo em torno de 1000 pessoas dias.

Indignação? Medidas drásticas? Passeatas? Convulsões de tristeza coletiva?

Nenhuma.

Nem 0,20 centavos?

Vem pr'a rua?

Quem matou 198 mil conterrâneos de Marielle?

Então vamos combinar e dizer de forma bem suave, para não assustar o pessoal que acredita no American Way of Life:

Nunca houve qualquer traço de democracia por lá, e quando tentamos copiar eles aqui embaixo, eles vieram lá de cima e nos enfiaram o Big Stick ou uma...banana.

Feliz era Carmen Miranda, que apenas as levava na cabeça.




Banana, como vemos, é fruta que dá em muitos lugares.

Idiotice também.

Mas não perguntem, como no caso da piadas das salsichas, como nascem os idiotas, e como são criadas as Repúblicas das Bananas.




PS: Não se surpreendam se toda essa celeuma obedecer a um roteiro cínico que permita a extrema-direita manter algum capital político, enquanto a direita que come com talheres avisa: 
"Viram?" "Se vocês não se comportarem direitinho, e ousarem ir um pouco mais para esquerda, nós chamamos o Bicho Papão do Sul".

 














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